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Matriarcado

Desenvolvido no continente africano, o Matriarcado é uma forma de viver em que a mulher é o centro de sua comunidade. Pode ser entendido como um sistema filosófico e prático baseado em formas de sociabilidade, valores sociais e filosofia que direciona a vida em grupo para o respeito e a valorização da figura feminina em associação com a mãe. As matriarcas não são apenas aquelas que possuem filhos biológicos ou adotivos, mas as que geram e nutrem uma comunidade ou local, nacional ou mesmo internacional. As mulheres são respeitadas, cultuadas, valorizadas.

 

A partir das características climáticas da África, entende-se porque o matriarcado está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento da agricultura: o tempo social baseava-se no plantio e na colheita, ou seja, na relação direta com a natureza e o que ela lhes fornecia. A natureza, como essa fonte de alimento e de vida, propiciou ao sistema matriarcal a analogia direta entre a mulher e a terra. É o que explica o autor senegalês Cheikh Anta Diop.

 

 

As mulheres responsáveis por compartilhar esses saberes, geralmente sacerdotisas dentro do Candomblé ou grandes referências em suas comunidades, são reconhecidas e respeitadas como matriarcas, grandes mães, independentemente de terem filhos.

O conceito de senioridade, ou seja, o respeito às pessoas mais velhas, é uma característica fundamental do matriarcado, valorizando a experiência e a sabedoria de quem viveu mais tempo, algo que permeia muitas práticas culturais de origem africana. 

 

Importante destacar que nem o gênero tampouco o sexo biológico são conceitos adotados de forma rígida dentro do matriarcado para o povo africano. Oyèrónkë Oyěwùmí, pesquisadora oxunista nigeriana, explica que os conceitos de “homem” e “mulher” não existiam nas comunidades tradicionais africanas pré-coloniais, que só conheceram essas categorias de gênero após a colonização europeia. No matriarcado, homens não são menosprezados. As mulheres são reverenciadas, mas eles são reconhecidos em suas capacidades e habilidades. 

Juntos, harmonizam a natureza, pois o masculino e o feminino existem dentro de cada indivíduo e na natureza, da qual somos também integrantes. É um sistema em que o homem não se sente subjugado pela mulher; ele respeita, valoriza e cultua a sua natureza geradora e nutridora. E as mulheres respeitam e reconhecem os homens em suas habilidades. 

É esta complementaridade que permite o surgimento e a manutenção da vida.

Assista à oficina Matriarcado e Danças Afro para compreender melhor a relação entre os temas:

Ilustração colorida do autor Cheikh Anta Diop. A ilustração mostra um homem negro, que tem bigode, e usa um óculos de sol. Ao fundo, está uma forma amarela que lembra o Sol.

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Este projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF).

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