nas danças afro-brasileiras
Danças
Afro-brasileiras
Danças Afro-brasileiras são todas aquelas que surgiram no Brasil mas que possuem em sua origem a influência de danças tradicionais africanas. As Danças Afro-brasileiras a que nos referimos nesta pesquisa são: Simbologia dos Orixás, Danças dos Blocos Afro da Bahia, Dança Negra Contemporânea (também chamada “Dança Afro-contemporânea”), e suas manifestações. As danças tradicionais africanas e afro-brasileiras (popularmente chamadas de “Danças Afro”) possuem muitas semelhanças e demonstram o que Diop chamaria de unidade cultural. Contudo, é preciso observar que a corporeidade brasileira é atravessada por influências indígenas e pelo processo de mestiçagem, o que, na dança, se reflete pela sistematização de movimentações de diferentes povos e culturas, inclusive movimentações religiosas reelaboradas para fins artísticos, pois encontram-se fora do espaço de ritual.
As Danças Afro, no Brasil, além de traduzirem uma movimentação representativa da personalidade dos orixás do Candomblé, apresentam inclusive a relação do corpo com a natureza e a sociedade, sendo ainda uma forma de resistência política e histórica, pois sobreviveram a diversas opressões. Vale destacar a influência direta do Matriarcado nas muitas movimentações de danças de matriz africanas tradicionais, sobretudo na relação simbólica entre o ventre e a terra, com os joelhos dobrados e o tronco inclinado para o chão.
A partir do artigo “Matriarcado e oralidade nas danças afro-brasileiras” é possível compreender que foram as mulheres negras, em diversas partes do mundo, as responsáveis por valorizar os saberes corporais africanos e diaspóricos. Dois grandes exemplos são Katherine Dunham e Mercedes Baptista - duas mulheres negras que estudaram danças de matrizes africanas e criaram técnicas para o ensino dessas danças. Ao atribuir-lhes técnica e estrutura pedagógica, essas mulheres estabeleceram as bases do que podemos chamar hoje de Danças Afro.
Por meio da oralidade, as diversas formas de expressão corporal africanas permaneceram ganhando novos passos, com novas possibilidades de movimentação a partir de uma base, uma história, uma representação de um elemento da natureza, ou uma prática do cotidiano. A cada nova dança, um novo elemento acrescentado e uma nova possibilidade corporal apresentada.